domingo, 28 de abril de 2013

Patologias do tecido cartilaginoso

Tecido Cartilaginoso
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve choques, e facilita o deslizamento dos ossos nas articulações. A cartilagem é essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intra-uterina e depois do nascimento.
Principais patologias do Tecido Cartilaginoso:

OSTEOARTRITE
A osteoartrite, também chamada de doença articular degenerativa, é o tipo mais com de doença articular é uma das dez condições incapacitantes em noções desenvolvidas.É caracterizada pela erosão progressiva da cartilagem articular.
É uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas. É a mais comum das doenças reumáticas.
Cerca de 80% a 90% das pessoas acima de 40 anos mostram sinais de osteoartrite ao raio X, embora grande parte delas não apresente sintomas. A intensidade das queixas aumenta progressivamente com a idade. A doença se instala em mulheres e homens na mesma proporção.
PATOGENIA
A osteoartrite é uma doença multifatorial com componentes genéricos e ambientais. Estudos de famílias e gêmeos sugeriram que o risco da doença está relacionado ao impacto de múltiplos genes associados, cada qual com um efeito pequeno.os principais fatores ambientais relacionam-se ao envelhecimento e ao estresse bioquímico , influenciados pela obesidade, resistência muscular e estabilidade, estrutura e alinhamento articular.
CAUSAS
Primárias: pacientes com doença primária geralmente são assintomáticos até o final da quinta década de vida. em boa parte dos pacientes não há fatores que justifiquem o quadro de osteoartrite. Talvez anormalidades anatômicas sutis, como pequenas irregularidades na superfície articular, levem ao desgaste da cartilagem. O sintomas característicos incluem dor profunda, rigidez matutina, crepitação e limitação da amplitude de movimentos .O exercício atlético, quando não excessivo nem associado a traumatismos, não predispõe à enfermidade. Ao contrário, a obesidade, esforços físicos repetitivos e esportes como o futebol são fatores de risco. Por outro lado, o condicionamento através de exercícios aeróbicos pode reduzir os sintomas;
Secundárias: as osteoartrites secundárias podem instalar-se como consequência de traumas, doenças reumatológicas inflamatórias, necrose óssea, injeções intra-articulares repetidas de cortisona, doenças congênitas do esqueleto, doenças metabólicas e endócrinas, enfermidades em que há comprometimento de nervos periféricos e outras.
SINTOMAS
O principal sintoma é a dor nas articulações. Costuma ser de instalação insidiosa e aumentar de intensidade no decorrer dos anos. Fases mais sintomáticas podem ser seguidas de outras com menos dor ou com desaparecimento completo dos sintomas. Caracteristicamente, a dor surge com o movimento e desaparece com o repouso, até que sejam atingidas as fases mais avançadas da evolução.
A doença pode provocar enrijecimento e diminuição da mobilidade articular, e acometer uma ou mais articulações. O enrijecimento tende a desaparecer segundos ou minutos depois da movimentação, diferença importante com os casos de artrite reumatoide em que pode persistir por horas.
Indivíduos abaixo dos 40 anos, não costumam apresentar sintomas. A evolução geralmente é lenta, mas a piora é progressiva com o passar dos anos. Os sintomas podem permanecer leves ou mesmo desaparecer por longos períodos.

ARTICULAÇÕES MAIS ACOMETIDAS
 Mãos:
Afeta principalmente as articulações entre a segunda e a terceira falange, provocando abaulamentos articulares (nódulos de Heberden). Mais raramente, esses nódulos surgem na articulação da primeira com a segunda falange (nódulos de Bouchard).

Pode haver vermelhidão local, dor e inchaço por períodos variáveis. A limitação do movimento costuma estar ausente ou ser discreta;
 Joelhos:
Por ser uma articulação que suporta peso, limitações de movimento não são raras. Derrames articulares, dor e alargamento das estruturas ósseas vizinhas à articulação, com ou sem crepitação (como se houvesse areia na junta), podem estar presentes. O joelho permanece estável até as fases mais avançadas quando aparecem deformidades que desalinham os ossos;

Coxofemurais:
O comprometimento, às vezes, é bilateral e se torna incapacitante. A dor é sentida na virilha ou na região lateral da articulação, com eventual irrradiação para as nádegas ou para os joelhos, confundindo o quadro. Como defesa, os pacientes rodam a coxa para fora e dobram a perna, dando a impressão de que o membro sofreu encurtamento.

Coluna:
Quando o envolvimento do tecido fibroelástico, que constitui o disco situado entre as vértebras, e as alterações ósseas vizinhas comprimem as raízes nervosas que emergem da coluna, surgem dor, espasmos e atrofias musculares e limitação dos movimentos. Os locais mais acometidos são a coluna cervical baixa e as últimas vértebras lombares. A radiografia pode mostrar a presença de osteófitos (bicos de papagaio), cuja presença não guarda relação direta com a dor.

TRATAMENTO
Não existe tratamento que retarde a evolução ou reverta o processo patológico que conduz à osteoartrite. O objetivo do tratamento é aliviar sintomas e permitir que os portadores levem vida normal, sem dores ou limitações de movimento.Mas o condicionamento físico através de exercícios aeróbicos é uma medida importante para controle dos sintomas.

PREVENÇÃO
- Promover repouso adequado durante o dia, depois de atividade que solicite a articulação acometida;
- Adotar postura cuidadosa ao sentar, levantar objetos e andar, para evitar posições forçadas que sobrecarreguem a articulação;
-  Evitar carregar pesos e atividades causadoras de impactos repetitivos;
-  Usar sapatos confortáveis que ofereçam boa base de apoio; não calçar sapatos com os calcanhares desgastados;
-  Praticar exercícios isométricos que fortaleçam a musculatura para conferir estabilidade às articulações, pois são mais indicados;
-  Evitar a obesidade;
-  Nos casos mais avançados, o uso de bengalas, andadores, corrimãos e alças de apoio no banheiro é fundamental.

CIRURGIAS
Em casos selecionados, a cirurgia traz benefícios. As intervenções mais frequentes são: artroplastia (substituição parcial ou total da parte destruída por uma prótese), artrodese (fusão cirúrgica de dois ossos, usada principalmente na coluna), osteoplastia (retirada e limpeza cirúrgica da parte óssea deteriorada) e osteotomia (mudança do alinhamento ósseo através da secção de partes ósseas).

MEDICAMENTOS
Ácido acetilsalecílico e analgésicos comuns, como acetaminofeno ou dipirona podem ser úteis para tratar episódios isolados de dor, mas sua ação é pouco duradoura. O ácido acetilsalecílico pode alterar a coagulação e causar sangramentos.
Corticosteroides não são indicados. Em casos excepcionais, a injeção intra-articular está indicada para aliviar dores rebeldes, mas a repetição é capaz de lesar ainda mais os tecidos,agravando o quadro.

Anti-inflamatórios: embora osteoartrite seja considerada uma enfermidade não inflamatória, as alterações que ocorrem nas cartilagens articulares costumam atrair o quadro inflamatório para o local. Esse componente pode ser reduzido pelo tratamento com drogas que pertencem à classe dos antii- nflamatórios não esteroides (AINEs).
 
       ARTROSE  
 A artrose é um processo degenerativo que acontece na cartilagem que envolve o osso, com a função de reduzir o atrito entre as ligações ósseas, a cartilagem sofre desgaste.
Causas
A cartilagem é formada por células especializadas (denominadas condrócitos) e uma matriz intercelular, produzida por essas células, formada por fibras de colágeno rodeadas de ácido hialurônico. As características biomecânicas do tecido cartilaginoso dependem das fibras de colágeno. O ácido hialurônico é responsável pela elasticidade da cartilagem e pela sua capacidade para suportar pesos. A causa da artrose primária é a alteração da função normal dos condrócitos. A degeneração dos condrócitos produz a liberação de enzimas que geram a inflamação. Na artrose secundária, o fator que inicia esse círculo vicioso de destruição e degeneração do tecido cartilaginoso geralmente é uma doença (infecção, doença de Paget), feridas, traumatismo ou o uso forçado de alguma articulação.
Sintomas
As manifestações da artrose, via de regra, aparecem de maneira gradativa e afetam, principalmente, as articulações que devem suportar os pesos maiores. É comum que afete as articulações dos dedos e das vértebras (cervicais e lombares, mais comumente). Nas fases mais avançadas, a doença apresenta dor e certo nível de rigidez, que melhora quando a articulação afetada entra em movimento. Sob o ponto de vista clínico e radiológico, a fase mais avançada dessa doença provoca, além de dor e rigidez, notável deformação da articulação.
Diagnósticos
É muito importante realizar o diagnóstico diferencial em decorrência das causas que produzem a artrose, pois das mesmas dependerá o tratamento.
Tratamentos
Para aliviar a dor, pode-se utilizar analgésicos ou antiinflamatórios não esteróides (aspirina, ibuprofeno, etc.). Em determinados casos, pode ser feito tratamento local com corticóides na articulação comprometida. Recomenda-se manter a mobilidade das articulações com exercícios que também fortaleçam os músculos da área. A aplicação de calor também é útil para aliviar a dor produzida pela artrose. Quando as dores são muito intensas e não podem ser controladas com a medicação, deve ser aplicado um procedimento cirúrgico.

                                                                                               



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       REFERENCIAS:
BOGLIOLO, Luigi, Músculos esqueléticos, Bogliolo Patologia.7.ed.Rio de Janeiro.Guanabara Koogan, 2006.
http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/osteoartrite/

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