domingo, 28 de abril de 2013

Patologia do tecido ósseo


Osteoporose
A osteoporose é uma doença que atinge os ossos. Caracteriza-se quando a quantidade de massa óssea diminui substancialmente e desenvolve ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, mais sujeitos a fraturas. Faz parte do processo normal de envelhecimento, e é mais comum em mulheres do que em homens. A doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas antes que aconteça algo de maior gravidade, como uma fratura, que costuma ser espontânea, isto é, não relacionada a trauma. Se não forem feitos exames diagnósticos preventivos a osteoporose pode passar despercebida, até que tenha gravidade maior. A osteoporose pode ter sua evolução retardada por medidas preventivas.
Pontos fracos do esqueleto
  • Coluna vertebral - Pessoas idosas podem fraturar as vértebras da coluna com freqüência. A chamada corcunda de viúva é uma deformação comum e pode até levar à diminuição de tamanho do doente.
É muito importante saber que a maioria das fraturas que ocorrem na coluna se situam na região torácica e não na região lombar como tem sido descrito pela maioria dos reumatologistas e ortopedistas. Vários pesquisadores estadunidenses, entre eles Bonnick (1989) já tinham constatado esse fato. Após revisão dos trabalhos publicados nos últimos 15 anos, o Serviço Preventivo da Força Tarefa Americana a partir de 2002 passou a orientar a densitometria da coluna lombar apenas para as pacientes acima de 65 anos se não possuírem antecedente de fratura na família. Também informa que esse exame pode apresentar baixa reprodutibilidade (59,0%) em seus resultados quando são realizados anualmente. Por essa razão, recomendam que o exame não deve ser repetido na coluna lombar com intervalo menor do que 3 anos.
  • Punho - Por ser um ponto de apoio, é uma área na qual as fraturas acontecem normalmente. Os ossos sensíveis têm pouca estrutura para sustentar o peso do corpo quando cai.
  • Quadril / Anca - As fraturas de pelve são difíceis de cicatrizar e podem levar à invalidez. Estudos mostram que em torno de 50% dos que fraturam o quadril não conseguem mais andar sozinhos.
  • Fêmur - Também muito comum entre os que desenvolvem a doença. É freqüente tanto em homens quanto em mulheres, principalmente depois dos 65 anos. A recuperação costuma ser lenta.
  • A doença deverá ser tratada de forma conjunta com cirurgião ortopedista para tratamento das fraturas e suas complicações e do Reumatologista para tratar da doença clínica.

Fisiologia

O aparecimento da osteoporose está ligado aos níveis de estrógeno do organismo. O estrógeno - hormônio feminino, também presente nos homens, mas em menor quantidade — ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea. As mulheres são as mais atingidas pela doença, uma vez que, na menopausa, os níveis de estrógeno caem bruscamente. Com isso, os ossos passam a incorporar menos cálcio (fundamental na formação do osso), tornando-se mais frágeis. Para cada quatro mulheres, somente um homem desenvolve esta patologia.
Embora pareçam estruturas inativas, os ossos se modificam ao longo da vida. O organismo está constantemente fazendo e desfazendo ossos. Esse processo depende de vários fatores como genética, boa nutrição, manutenção de bons níveis de hormônios e prática regular de exercício; os hábitos e costumes exercem grande influência, reduzir a ingesta de todos os produtos que contenham muita xantina é essencial. As células ósseas (osteócito) são as responsáveis pela formação do colágeno, que dá sustentação ao osso. Os canais que interligam os osteócitos permitem que o cálcio, essencial para a formação óssea, saia do sangue e ajude a formar o osso.
Apesar do cálcio ser um elemento essencial para a função de inúmeros processos biológicos e por essa razão ser ingerido em doses fisiológicas e ainda contribuir para a formação do tecido ósseo, o íon cálcio não exerce qualquer ação direta sobre a síntese do colágeno ósseo. Esta sim é que sempre deve ser ativada utilizando todos os recursos disponíveis por se tratar da estrutura de sustentação óssea.
Portanto, ingerir cálcio em doses elevadas na presença de osso osteoporótico representa apenas uma estratégia de marketing porque para se fixar no osso necessita de uma matriz primária adequada que é formada pelo colágeno ósseo. O efeito do cálcio em pacientes com osteoporose é semelhante ao de qualquer placebo.
A densidade mineral de cálcio é reduzida de 50,1% em pessoa normal para 1,3% quando portadora de osteoporose. O quadro osteoporose significa condição irreversível. O canal medular central do osso, a diáfise óssea, torna-se mais larga. Com a progressão da osteoporose, os ossos ficam esburacados e quebradiços. O colágeno e os depósitos minerais são desfeitos muito rapidamente e a formação do osso torna-se mais lenta. Com o teor menor de colágeno ósseo surgem espaços vazios que enfraquecem o osso.A deterioração do colágeno ósseo causa redução da resistência tênsil e elevação do risco de fratura. Quanto maior for a perda de colágeno ósseo, mesmo diante de exercícios bem orientados as pessoas ficam mais susceptíveis as fraturas, muito comuns e diagnosticadas durante pequenos impactos.

 Sintomas

A doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas. Se não forem feitos exames sanguíneos e de massa óssea, é percebida apenas quando surgem as primeiras fraturas, acompanhadas de dores agudas. A osteoporose pode, também, provocar deformidades e reduzir a estatura do doente.

 Epidemiologia

Estima-se que mundialmente 1 em cada 3 mulheres e 1 em cada 5 homens acima da idade dos 50 tem osteoporose. Ela é responsável por milhões de fraturas anualmente, a maioria envolvendo vértebras lombares, quadril e punho.
Quem se encontra em maior risco de desenvolver a doença são:
  • Mulheres;
  • Fumantes;
  • Consumidores de álcool ou café em excesso;
  • Diabéticos;
  • Actividade física inadequada, quer em excesso, quer ausência.

Prevenção

  • Fazer exercícios físicos regularmente: os exercícios resistidos são os mais recomendados;
  • Dieta com alimentos ricos em cálcio:
  • 100g de gergelim: 1160 mg de cálcio
  • 100g de semente de Chia: 1476 mg de cálcio
  • 100g Tofu (queijo de soja): 128 mg de cálcio
  • 100g de salsa: 203 mg de cálcio
  • 100g de grão de bico: 150 mg de cálcio
  • 100g de alga hijiki 1400 mg de cálcio
  • verduras como brócolis e repolho, couve
  • A reposição hormonal de estrógeno em mulheres durante e após o climatério pode evitar a osteoporose.

Prognóstico

Os pacientes com osteoporose têm grandes riscos de terem fraturas adicionais. O tratamento para a osteoporose pode reduzir consideravelmente o risco de fraturas no futuro.
As fraturas no quadril podem levar a uma dificuldade na movimentação e um risco aumentado de trombose venosa profunda ou embolismo pulmonar. As fraturas das vértebras podem levar a dor crônica severa de origem neurogênica, que pode ser difícil de ser controlada, assim como uma deformidade. A taxa de mortalidade em um ano que segue a fratura de quadril é de aproximadamente 20%. Embora raras, as fraturas múltiplas de vértebras podem levar a uma cifose severa (corcunda) que a pressão resultante nos órgãos internos pode incapacitar a pessoa de respirar adequadamente.
Embora os pacientes com osteoporose tenham uma alta taxa de mortalidade devido às complicações da fratura, a maioria dos pacientes morre "com" a doença ao invés de morrer "da" doença.


Patologias do tecido cartilaginoso

Tecido Cartilaginoso
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve choques, e facilita o deslizamento dos ossos nas articulações. A cartilagem é essencial para a formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intra-uterina e depois do nascimento.
Principais patologias do Tecido Cartilaginoso:

OSTEOARTRITE
A osteoartrite, também chamada de doença articular degenerativa, é o tipo mais com de doença articular é uma das dez condições incapacitantes em noções desenvolvidas.É caracterizada pela erosão progressiva da cartilagem articular.
É uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas. É a mais comum das doenças reumáticas.
Cerca de 80% a 90% das pessoas acima de 40 anos mostram sinais de osteoartrite ao raio X, embora grande parte delas não apresente sintomas. A intensidade das queixas aumenta progressivamente com a idade. A doença se instala em mulheres e homens na mesma proporção.
PATOGENIA
A osteoartrite é uma doença multifatorial com componentes genéricos e ambientais. Estudos de famílias e gêmeos sugeriram que o risco da doença está relacionado ao impacto de múltiplos genes associados, cada qual com um efeito pequeno.os principais fatores ambientais relacionam-se ao envelhecimento e ao estresse bioquímico , influenciados pela obesidade, resistência muscular e estabilidade, estrutura e alinhamento articular.
CAUSAS
Primárias: pacientes com doença primária geralmente são assintomáticos até o final da quinta década de vida. em boa parte dos pacientes não há fatores que justifiquem o quadro de osteoartrite. Talvez anormalidades anatômicas sutis, como pequenas irregularidades na superfície articular, levem ao desgaste da cartilagem. O sintomas característicos incluem dor profunda, rigidez matutina, crepitação e limitação da amplitude de movimentos .O exercício atlético, quando não excessivo nem associado a traumatismos, não predispõe à enfermidade. Ao contrário, a obesidade, esforços físicos repetitivos e esportes como o futebol são fatores de risco. Por outro lado, o condicionamento através de exercícios aeróbicos pode reduzir os sintomas;
Secundárias: as osteoartrites secundárias podem instalar-se como consequência de traumas, doenças reumatológicas inflamatórias, necrose óssea, injeções intra-articulares repetidas de cortisona, doenças congênitas do esqueleto, doenças metabólicas e endócrinas, enfermidades em que há comprometimento de nervos periféricos e outras.
SINTOMAS
O principal sintoma é a dor nas articulações. Costuma ser de instalação insidiosa e aumentar de intensidade no decorrer dos anos. Fases mais sintomáticas podem ser seguidas de outras com menos dor ou com desaparecimento completo dos sintomas. Caracteristicamente, a dor surge com o movimento e desaparece com o repouso, até que sejam atingidas as fases mais avançadas da evolução.
A doença pode provocar enrijecimento e diminuição da mobilidade articular, e acometer uma ou mais articulações. O enrijecimento tende a desaparecer segundos ou minutos depois da movimentação, diferença importante com os casos de artrite reumatoide em que pode persistir por horas.
Indivíduos abaixo dos 40 anos, não costumam apresentar sintomas. A evolução geralmente é lenta, mas a piora é progressiva com o passar dos anos. Os sintomas podem permanecer leves ou mesmo desaparecer por longos períodos.

ARTICULAÇÕES MAIS ACOMETIDAS
 Mãos:
Afeta principalmente as articulações entre a segunda e a terceira falange, provocando abaulamentos articulares (nódulos de Heberden). Mais raramente, esses nódulos surgem na articulação da primeira com a segunda falange (nódulos de Bouchard).

Pode haver vermelhidão local, dor e inchaço por períodos variáveis. A limitação do movimento costuma estar ausente ou ser discreta;
 Joelhos:
Por ser uma articulação que suporta peso, limitações de movimento não são raras. Derrames articulares, dor e alargamento das estruturas ósseas vizinhas à articulação, com ou sem crepitação (como se houvesse areia na junta), podem estar presentes. O joelho permanece estável até as fases mais avançadas quando aparecem deformidades que desalinham os ossos;

Coxofemurais:
O comprometimento, às vezes, é bilateral e se torna incapacitante. A dor é sentida na virilha ou na região lateral da articulação, com eventual irrradiação para as nádegas ou para os joelhos, confundindo o quadro. Como defesa, os pacientes rodam a coxa para fora e dobram a perna, dando a impressão de que o membro sofreu encurtamento.

Coluna:
Quando o envolvimento do tecido fibroelástico, que constitui o disco situado entre as vértebras, e as alterações ósseas vizinhas comprimem as raízes nervosas que emergem da coluna, surgem dor, espasmos e atrofias musculares e limitação dos movimentos. Os locais mais acometidos são a coluna cervical baixa e as últimas vértebras lombares. A radiografia pode mostrar a presença de osteófitos (bicos de papagaio), cuja presença não guarda relação direta com a dor.

TRATAMENTO
Não existe tratamento que retarde a evolução ou reverta o processo patológico que conduz à osteoartrite. O objetivo do tratamento é aliviar sintomas e permitir que os portadores levem vida normal, sem dores ou limitações de movimento.Mas o condicionamento físico através de exercícios aeróbicos é uma medida importante para controle dos sintomas.

PREVENÇÃO
- Promover repouso adequado durante o dia, depois de atividade que solicite a articulação acometida;
- Adotar postura cuidadosa ao sentar, levantar objetos e andar, para evitar posições forçadas que sobrecarreguem a articulação;
-  Evitar carregar pesos e atividades causadoras de impactos repetitivos;
-  Usar sapatos confortáveis que ofereçam boa base de apoio; não calçar sapatos com os calcanhares desgastados;
-  Praticar exercícios isométricos que fortaleçam a musculatura para conferir estabilidade às articulações, pois são mais indicados;
-  Evitar a obesidade;
-  Nos casos mais avançados, o uso de bengalas, andadores, corrimãos e alças de apoio no banheiro é fundamental.

CIRURGIAS
Em casos selecionados, a cirurgia traz benefícios. As intervenções mais frequentes são: artroplastia (substituição parcial ou total da parte destruída por uma prótese), artrodese (fusão cirúrgica de dois ossos, usada principalmente na coluna), osteoplastia (retirada e limpeza cirúrgica da parte óssea deteriorada) e osteotomia (mudança do alinhamento ósseo através da secção de partes ósseas).

MEDICAMENTOS
Ácido acetilsalecílico e analgésicos comuns, como acetaminofeno ou dipirona podem ser úteis para tratar episódios isolados de dor, mas sua ação é pouco duradoura. O ácido acetilsalecílico pode alterar a coagulação e causar sangramentos.
Corticosteroides não são indicados. Em casos excepcionais, a injeção intra-articular está indicada para aliviar dores rebeldes, mas a repetição é capaz de lesar ainda mais os tecidos,agravando o quadro.

Anti-inflamatórios: embora osteoartrite seja considerada uma enfermidade não inflamatória, as alterações que ocorrem nas cartilagens articulares costumam atrair o quadro inflamatório para o local. Esse componente pode ser reduzido pelo tratamento com drogas que pertencem à classe dos antii- nflamatórios não esteroides (AINEs).
 
       ARTROSE  
 A artrose é um processo degenerativo que acontece na cartilagem que envolve o osso, com a função de reduzir o atrito entre as ligações ósseas, a cartilagem sofre desgaste.
Causas
A cartilagem é formada por células especializadas (denominadas condrócitos) e uma matriz intercelular, produzida por essas células, formada por fibras de colágeno rodeadas de ácido hialurônico. As características biomecânicas do tecido cartilaginoso dependem das fibras de colágeno. O ácido hialurônico é responsável pela elasticidade da cartilagem e pela sua capacidade para suportar pesos. A causa da artrose primária é a alteração da função normal dos condrócitos. A degeneração dos condrócitos produz a liberação de enzimas que geram a inflamação. Na artrose secundária, o fator que inicia esse círculo vicioso de destruição e degeneração do tecido cartilaginoso geralmente é uma doença (infecção, doença de Paget), feridas, traumatismo ou o uso forçado de alguma articulação.
Sintomas
As manifestações da artrose, via de regra, aparecem de maneira gradativa e afetam, principalmente, as articulações que devem suportar os pesos maiores. É comum que afete as articulações dos dedos e das vértebras (cervicais e lombares, mais comumente). Nas fases mais avançadas, a doença apresenta dor e certo nível de rigidez, que melhora quando a articulação afetada entra em movimento. Sob o ponto de vista clínico e radiológico, a fase mais avançada dessa doença provoca, além de dor e rigidez, notável deformação da articulação.
Diagnósticos
É muito importante realizar o diagnóstico diferencial em decorrência das causas que produzem a artrose, pois das mesmas dependerá o tratamento.
Tratamentos
Para aliviar a dor, pode-se utilizar analgésicos ou antiinflamatórios não esteróides (aspirina, ibuprofeno, etc.). Em determinados casos, pode ser feito tratamento local com corticóides na articulação comprometida. Recomenda-se manter a mobilidade das articulações com exercícios que também fortaleçam os músculos da área. A aplicação de calor também é útil para aliviar a dor produzida pela artrose. Quando as dores são muito intensas e não podem ser controladas com a medicação, deve ser aplicado um procedimento cirúrgico.

                                                                                               



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       REFERENCIAS:
BOGLIOLO, Luigi, Músculos esqueléticos, Bogliolo Patologia.7.ed.Rio de Janeiro.Guanabara Koogan, 2006.
http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/osteoartrite/

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Tecido Cartilaginoso


A cartilagem é um tipo de tecido conjuntivo especializado, relativamente rígido, não possuindo vasos sanguíneos e nervos. Como funções gerais das cartilagens, podemos citar: sustentação e revestimento de superfícies articulares além de ser essencial para formação e crescimento dos ossos longos.
As cartilagens, com exceção dos tipos articular e fibrosa, são envolvidas por uma bainha conjuntiva denominada pericôndrio, que fornece nutrientes para suas células. Os tipos celulares relacionados com as cartilagens são os condroblastos e os condrócitos, ambos derivados de células   condrogênicas localizadas no pericôndrio. Os condroblastos secretam matriz ao seu redor, e após ficarem circundados por esta matriz tornam-se condrócitos, que ocupam pequenas cavidades denominadas lacunas no interior da matriz extracelular. A matriz das cartilagens podem ainda ser divididas em territorial, ao redor da lacuna de um condrócito e interterritorial, a que se encontra entre o território de dois condrócitos distintos.
As cartilagens são classificadas em três tipos: hialina: possui na sua matriz predomínio de fibrilas de colágeno tipo II, sendo encontrada na traquéia, brônquios, extremidades ventrais das costelas e superfície articular dos ossos, além disso constitui o molde de cartilagem para a formação dos ossos longos e curtos durante o desenvolvimento embrionário; elástica: possui na sua matriz predomínio de fibras elásticas, sendo encontrada no pavilhão auricular e epiglote; fibrosa: possui na sua matriz predomínio de fibras de colágeno I, sendo encontrada nos discos intervertebrais e sínfise púbica.
As cartilagens crescem por dois processos: o crescimento intersticial a partir de condrócitos que se dividem mitóticamente; e o crescimento aposicional feito a partir do pericôndrio.
Devido ao fato das cartilagens não possuírem vasos sanguíneos, seu processo de regeneração é pouco eficiente, formando um tecido conjuntivo denso no local onde deveria formar-se tecido-cartilaginoso.



  















Tecido Ósseo


TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO
O TECIDO ÓSSEO
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas principais funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular.
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali existia previamente.
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos:
  • Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea.
  • Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo.
  • Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship.
  • Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I).
A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas variedades apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo entre si apenas na disposição de seus elementos e na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. O tecido ósseo compacto praticamente não apresenta espaços medulares, existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna ou externa), possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Esses canais comunicam-se com os canais de Havers, que percorrem o osso longitudinalmente e que podem comunicar-se por projeções laterais. Ao redor de cada canal de Havers, pode-se observar várias lamelas concêntricas de substância intercelular e de células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central de Havers e por lamelas concêntricas é denominado sistema de Havers ou sistema haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.

Tecido ósseo compacto
 
 
Tecido ósseo esponjoso

Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são revestidos externa e internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. Ambas as membranas são vascularizadas e suas células transformam-se em osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e oxigenação das células do tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e reparação das fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser:
vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou hematopoiético): constituída por células reticulares associadas a fibras reticulares.
amarela: constituída por tecido adiposo (não produz células do sangue).
No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula vermelha fica restrita aos ossos chatos do corpo (esterno, costelas, ossos do crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do úmero (ossos longos). Com o passar dos anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur e no úmero transforma-se em amarela.


sábado, 20 de abril de 2013

Tecido Conjuntivo


TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO
Originam-se das células mesenquimais, grupo de células da mesoderme que se separam e formam um tecido mole e gelatinoso no embrião, o mesênquima. Com ampla distribuição pelo corpo humano, possui como funções:
- sustentação e nutrição de outros tecidos;
-preenchimento;
-amortecimento de choques mecânicos;
-participação em cicatrizações;
-atividades de defesa;
-responsável pela formação da camada derme da pele.
Esse tecido apresenta elevada quantidade de substância intercelular, formada por:
- fibras: Podem ser de três tipos:
-Colágenas: constituídas de proteína colágeno; são as mais frequentes no tecido conjuntivo; apresentam resistência à tração; são inelásticas;  o colágeno na derme confere elasticidade e resistência à pele; o colágeno é produzido por células como fibroblasto, osteoblasto, condrócito e célula muscular lisa.
 
 




-Elásticas: constituídas de proteínas elastina; são as mais delgadas; apresentam grande elasticidade cedendo facilmente a trações mínimas e retornam á forma original; essas fibras são formadas por fibroblastos e por células musculares lisas.

-Reticulares: contituídas de colágeno tipo III associado a glicoproteínas; precursoras da fibras colágenas; são abundantes e associam-se ás células reticulares; formam redes ao redor dos capilares, fibras musculares, nervos, células adiposas e hepatócitos; servem como uma rede para a sustentação de células ou de grupos células nos órgãos endócrinos e linfáticos; são sintetizadas por fibroblastos, condroblastos, osteoblastos e por células epiteliais.

-substância fundamental amorfa (matriz extracelular): Essa parte amorfa é uma gelatina formada principalmente por ácido hialurônico (glicoproteína), na qual há vários tipos de células.
Esse tecido é composto por diferentes células, sendo elas:

 TIPO
 
CELULAR 
 CARACTERÍSTICAS 
 ORIGEM CELULAR 
 Fibroblastos
 Produzem as fibras e substância amorfa.
 Surgem da diferenciação de células mesenquimais.
 Macrófagos
 Defesa através da fagocitose.
 Surgem da diferenciação  celular.
 Mastócitos
 Atuam nas reações alérgicas, ricos em heparina e histamina.
 Diferenciação de células da  medula óssea.
 Plasmócitos
 Ricos em REG, produzem anticorpos.
 Diferenciação dos linfócitos.
 Adipócitos
 Armazenem lipídios.
 Surgem da diferenciação de  células mesenquimais.
 Condroblastos
 Produzem fibras e substâncias amorfa na matriz cartilaginosa.
 Surgem da diferenciação de células mesenquimais.
 Osteoblastos
 Produzem fibras e  substâncias amorfas do tecido ósseo.
 Surgem da diferenciação de células mesenquimais.
 Osteoclastos
 Reabsorvem o tecido ósseo.

 Células
Mesenquimais
 Originam diversas células do tecido conjuntivo.


Tabela 1. Principais Tipos de Células dos Tecidos Conjuntivos.
De acordo com as quantidades de fibras o tecido conjuntivo é classificado em:
-Frouxo: Apresenta poucas fibras e está espalhado por todo o corpo, preenchendo espaços, apoiando os epitélios e sustentando os órgãos.

-Denso: Apresentam maior concentração de fibras colágenas, tornando-o mais resistente às trações; apresenta menor quantidade de células, comparado ao tecido conjuntivo frouxo. Encontrado na derme, nos ligamentos e nos tendões. Subdivide-se em:
-Modelado ou regular: Possui feixes de colágeno dispostos em uma orientação fixa, conferindo-lhe resistência exercida num determinado sentido. Encontrado nos tendões, ligamentos cartilaginosos e ligamentos elásticos.

-Não modelado ou irregular: Possui fibras colágenas dispostas em feixes arranjados sem uma orientação fixa, conferindo-lhe resistência às trações exercidas em qualquer direção. Encontrado na derme, na lâmina própria da mucosa das partes iniciais do aparelho digestivo, cápsula do pulmão (pleura visceral), cápsulas de vários órgãos (baço, rim, fígado, testículo), cápsulas articulares e pericárdio.